sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Desejos


                       
Há tempos percebo a vida num olhar aventureiro
Minha cabeça sempre esteve aqui, e em todos os
Lugares ao mesmo tempo
Em montanhas sonhava acordado
Em vielas um pouco assustado
Em estradas um tanto matreiro
E em desertos, às vezes, um desalento

A vida tornou-se uma Senhora
E em sua sensibilidade eu estremeço por dentro
A meio metro, sua insegurança me acalma
Sua pele clara, ilumina minha alma
Um perfume suave sorri, quando me ignora
E eu que se vi a flor, sinto a flor se doar ao vento.


O viver acaba sendo injusto
Não queria perder de vista, sua juventude experiente
Queria tocar seus cabelos claros
Sentir seus suspiros, mesmo em momentos raros
Apreciar a escultura de moldes perfeitos... um culto!
Beijar sua fronte, carinhosa e lentamente


É incrível, quantos desejos eu tenho!
Meu deus! Ela é tão bela!
Fragilidade que me torna forte
Vento suave que vem do norte
A entender seus sentimentos me empenho
Achando assim, poder aproximar-me dela.


Se um dia desses a sorte mudasse!
E nem assim, clarão funesto!
Iria eu, aquela paisagem pairar
Percebendo que assim, acordes lindos iriam ressonar
E mesmo depois que o sol brilhasse
Estaria eu vendo o céu de perto.


Por favor! Deixa-me esse véu descobrir!
Mesmo que seja no desespero!
Se te abraçasse, voaria no céu delirando
Igual o pássaro que perdeu o bando
Em clima vitorioso eu iria partir
Acariciando a pérola com todo esmero.


Se soubesses às noites que andam me torturando
Deixarias as flores perfumarem o ano
Esquecerias os medos que vêm dos lados
Te voltarias pra mim, sem culpas ou gestos assustados
E eu te revelaria o mistério que ficou vagando:
Me perdoas! Mas eu te amo.

Autor: (Valdeci Silva), Setembro de 1997

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